quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Buganvílea

Buganvílea (Bougainvillea sp) (5)Buganvílea (Bougainvillea sp) (8)Buganvílea no Verão e no Inverno

A Buganvílea (Bougainvillea sp.) é um arbusto de grande porte originário da América do Sul tendo sido inicialmente encontrada perto do Rio de Janeiro em 1789 no decorrer duma expedição francesa de circum-navegação comandada pelo almirante Louis Antoine (conde de) Bougainville. Embora o botânico que acompanhava a expedição fosse Philibert Commerçon (médico, naturalista e botânico) a planta foi nomeada em honra ao comandante da expedição.

Pertence à Ordem Caryophyllales, Família Nyctaginaceae, Género Bougainvillea.

Buganvílea (Bougainvillea sp) (17)As primeiras espécies a serem introduzidas na Europa foram B. spectabilis e B. glabra. Hoje são conhecidas várias espécies e varidades da planta com “flores” roxas, vermelhas, amarelas, laranja, brancas, ...

 < Folhagem

Entre a multiplicidade de cruzamentos e variedades de Buganvílea que se encontram em floristas e jardins, há 2 espécies muito comuns de Bougainvillea, a spectabilis e a glabra. A B.glabra tem os tubos florais pentagonais (com 5 esquinas) e as brácteas são ponteagudas enquanto que na B. spectabilis os tubos florais são cilindricos e as brácteas são mais arredondadas (a ponta da DSC00897bráctea forma um angulo obtuso) e compridas.

< Folha recortada por insecto (Megachile sp.?)

A Buganvílea que tenho no jardim é (suponho) uma Bougainvillea glabra, já adulta, atingindo cerca de 8 metros de altura por 3-4 de largura.

Tem uma ramificação profusa e desordenada. Os ramos mais novos apresentam espinhos,  inicialmente verdes depois castanho escuro e cobertos por uma substância cerosa, que quando desenvolvidos chegam aos 2 cm de comprimento. O manuseamento descuidado destes ramos torna inevitável uma dolorosa picada.

Buganvílea (4)As folhas são simples, alternadas, acuminadas. A floração ocorre entre Março e Novembro (na minha zona). A flor é pequena e esbranquiçada e cada conjunto de três flores é rodeada por 3 brácteas roxas. O fruto é um aquénio.

A seiva é ligeiramente irritante para a péle.

< Brácteas, flores e frutos

É uma planta que se tem revelado como extremamente resistente a todo o tipo de pragas, com a excepção de insectos cortadores de folhas mas com prejuizos negligenciáveis.

Xylocopa violacea (3)

Quando começámos a habitar no local a Buganvílea (que já lá estava) comportava-se como uma decídua, ou seja, despia-se totalmente das suas folhas no fim do Outono inicio do Inverno. Progressivamente tenho notado a tendência para, de ano para ano, ir perdendo menos folhas e, no último Inverno, manteve alguma folhagem até começarem a surgir novos rebentos. Consequências do aquecimento global ?

Suporta muito bem as podas de formação.

 < Xylocopa violacea visitando flores de Buganvílea

No seu habitat natural a Buganvílea é uma trepadeira que se apoia em árvores vizinhas. Pode ser utilizada para cobrir muros ou cercas mas necessita de suporte de condução.

O emaranhado de ramos é lugar escolhido para nidificação pela Carriça (Troglodytes troglodytes) e Toutinegra-de-barrete (Sylvia atricapilla).

As flores são, desde a Primavera até ao Outono, visitadas por vários insectos: Abelhas (Apis mellifera, Xylocopa violacea),Abelhões (Bombus terrestris, B.pascuorum), Vespas (Vespula vulgaris, V. germanica), Borboletas (Papilio machaon, Macroglossum stellatarum, Pieris rapae).

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Voam leve, levemente…

Este tem sido um ano de borboletas.

Talvez a isso não tenha sido estranho o facto de ter reservado um espaço do jardim que ficou entregue à Natureza.

Pararge aegeria_3A-JDTalvez a mais frequente seja a Ariana – Pararge aegeria , também conhecida por Malhadinha (Ariana é o nome comum constante de Naturdata - http://naturdata.com/Pararge-aegeria-8895.htm).

Aegeria ou Egeria era uma antiga deusa latina da Primavera depois progressivamente confundida com a Diana romana. (Para mais pormenores ver http://www.mythindex.com/roman-mythology/A/Aegeria.html)

Cientificamente classifica-se como:

Reino Animalia; Filo Arthropoda; Classe Insecta; Ordem Lepidoptera; Família Nymphalidae; Género Pararge; Espécie Pararge aegeria.

Aparece todos os anos por volta de Abril-Maio e está presente até ao Outono. O pico de número de indivíduos dá-se, aqui no jardim, entre Junho e Setembro.

Pararge aegeria_13 -JDPrefere zonas sombreadas ou com o sol filtrado pela folhagem mas também se vê voando em pleno sol.

Alimenta-se de gramíneas espontâneas mas tenho-a visto com frequência em Alecrim (Rosmarinus officinalis), Alfazema (Lavandula sp.), Tomilho (Thymus sp.), Lantana (Lantana sp.) e Funcho (Foeniculum vulgare). Também procura frutos caídos das àrvores (na fotografia num fruto hipermaduro de Prunus cerasifera).

Larvas e ninfas não as vi até agora. Sendo verdes ou esverdeadas confundem-se fácilmente com as plantas e… os meus olhos já não ajudam.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

O Jardim natural

Optámos por um jardim natural. Este tipo de jardim obedece a dois principios base: prescindir de químicos (adubos, pesticidas, herbicidas e outros “cidas”) e optar por plantas que atraiem a vida selvagem. Isto não significa prescindir totalmente de outras plantas, mas criar uma mistura informal que sendo visualmente agradável não perca de vista um dos desideratos acima considerados. As plantas espontâneas (as erradamente chamadas daninhas) não são totalmente erradicadas mas mantidas sob controlo. Com o tempo surge um balanço natural entre fauna e flora. Nada disto significa deixar o jardim ao abandono, entregue à Natureza.  Exige manutenção como qualquer jardim.

 E que vida selvagem se pretende atrair? Essencialmente Mamíferos, Aves, Anfíbios e Insectos.

Mamíferos: o Ouriço-cacheiro (mas outros aparecem).

Aves: Melros,Toutinegras, Pintasilgos, Verdilhões, Chapins, entre outros.

Anfíbios: Rãs e Sapos.

Insectos: Abelhas, Abelhões (qualquer polinizador ou predador de pragas) e Borboletas.


As estruturas base para um jardim deste tipo são:

- Um lago qualquer que seja o tamanho

- Uma pilha de lenha que se deixa aprodrecer naturalmente

- Um monte de pedras junto a um muro

- Comedouros e bebedouros para aves

- Ninhos e abrigos para todos (aves, mamíferos, insectos). Ver "Um Hotel para insectos".

- Uma zona de compostagem

- Uma zona escondida que se deixa ao abandono


Pedras e troncos, uma combinação de eleição

Pedras e troncos atraiem e servem de refúgio a sapos, lucanídeos, bichos-de-conta (reciclam restos vegetais e fornecem alimento às aves), Cocheiro-do-diabo (predador nocturno) e outros.  

A lista de plantas que atraiem insectos é grande mas, evidentemente, 5 ou 6 espécies são suficientes, sobretudo se existentes  naturalmente na zona, e algumas delas até são comestíveis. Estas plantas estão permanentemente presentes, embora algumas se introduzam em substituição das que não se adaptaram às condições vigentes.

A minha “lista”:

Coentros (Coriandrum sativum)
Salsa (Petroselinum crispum)
Endro (Anethum graveolens)
Cenoura (Daucus carota)
Funcho (Foeniculum vulgare)
Erva-cidreira (Melissa officinalis)
Girassol (Helianthus annuus)
Tremoço (Lupinus sp.)
Chagas (Tropaeolum majus)
Cravo-túnico (Tagetes sp.)
...
e de um modo geral todas as umbelíferas e asteráceas

Mosca-das-flores (Sirfídeo)

Estas plantas atraiem joaninhas, vespas parasitárias, sirfideos, crisopídeos, taquinídeos, carabídeos, abelhas, abelhões, borboletas, etc.

De entre as presas dos predadores estão os pulgões, cochonilhas, mosca-branca, tripes, aranhiço-vermelho, caracóis, lesmas, etc.


                                                                                                                                                                                                  


quarta-feira, 23 de maio de 2012

A Horta

A horta é um pequeno espaço de cerca de 12 m2 rodeado por uma sebe de Escalónias (Escallonia rubra) com alguns Azevinhos (Ilex aquifolium) e Evónimos (Euonymus japonicus albomarginatus). No interior encontra-se uma Laranjeira e uma Macieira que dão sombra suficiente a uma caixa de compostagem.

Dois rectângulos delimitados por uma pequena cerca de madeira são a zona de plantação para hortículas e aromáticas. A entrada na horta tem uma pérgola de madeira por onde trepam Roseiras e Hera.

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A terra é fértil por natureza e apenas, no final do Inverno, é feita uma sideração com as ervas, que entretanto reclamaram o espaço, e feita uma recomposição do solo com composto.

Inicialmente era feita sementeira em local protegido e as plantas depois transplantadas para local definitivo. Apercebemo-nos depois que o trabalho não justificava os resultados e hoje em dia usamos plantulas que compramos num produtor local. Acabaram-se as sementes envelhecidas que não germinam.

As plantas não são dispostas em filas à maneira tradicional mas sim misturadas o que dá um aspecto mais agradável com a alternância de cores e texturas.

Nem sempre plantamos as mesmas espécies mas a Alface, a Cenoura, os Pimentos, o Tomate, a Beterraba, o Cebolinho, a Salsa e os Coentros são presença garantida.

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Outras que são plantadas ocasionalmente têm como exemplo o Rabanete, as Couves, os Nabos, as Nabiças, o Feijão, o Milho (3 ou 4 pés) e  o Ruibarbo.

Algumas são perenes e estão sempre presentes como a Arruda (Ruta graveolens), o Estragão (Artemisia dracunculus) e o  Funcho (Foeniculum vulgare).

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De mistura algumas ornamentais como a Abóbora ornamental (Lagenaria sp.) e as que alegram com as suas  flores como o  Girassol (Helianthus annuus), as Chagas (Tropaeolum majus) , a Tanásia (Tanacetum vulgare) e a Pastinaca (Pastinaca sativa)

Um programador de rega permite impedir que as plantas tenham sede e estiolem durante as nossas ausências.

Suspensos na laranjeira um bebedouro e um comedouro para aves.

Um problema sempre presente são os Caracóis e as Lesmas. Iscos de cerveja não se revelam tão eficazes como se diz e acabamos sempre por ter de recorrer a limácidas (um dos raros quimicos usados).

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Há sempre lugar a experiências como a da alface da foto ao lado que se deixou crescer naturalmente e que floriu e deu sementes.

Até agora não temos tido grandes problemas com pragas (excepto as já mencionadas) o que provávelmente se deve a pluricultura e a algumas espécies como o Alho e a Arruda que são de certo modo protectoras de algumas pragas.

Mas a horta tem também os seus habitantes: além das aves também por lá aparecem sapos, relas, lagartixas e uma ou outra cobra juvenil. O Ratinho-do-campo tem preferência pela caixa de compostagem.  Entre os insectos abelhas, abelhões, joaninhas e borboletas. Todos ajudam a manter a sanidade da horta eliminando pragas e mantendo um equilibrio natural.

E não há nada como uma boa salada feita com os produtos da nossa horta!

terça-feira, 20 de março de 2012

A Água

 

“A água é o princípio de todas as coisas.”

Tales de Mileto

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A água é essencial à vida (pelo menos à vida tal como existe na Terra).

Em qualquer jardim, terraço ou varanda a àgua é elemento essencial a considerar. Qualquer recipiente, de qualquer dimensão, serve para conter água e plantas. E não é preciso gastar muito dinheiro.

Com um pouco de imaginação surge aqui uma fonte, ali uma cascata, acolá um espelho de àgua. Pequenos recipientes podem dar lugar a um jardim aquático, a um bog garden, a um bebedouro.

Até conceitos minimalistas como o wabi-kusa de plantas aquáticas tem o seu lugar.

Introduzam-se plantas aquáticas e peixes e depois é só aguardar por outras formas de vida: insectos, anfíbios, aves e até pequenos mamíferos.

Com a àgua temos jogos movimento, luz e som. E o ruído da água a correr é revigorante e transforma, como que por magia, o local num espaço de repouso, tranquilidade, meditação e frescura.

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A Alface-d’água (Pistia stratiotes) e a Salvínia (Salvinia natans) são exemplos de plantas flutuantes que providenciam sombra evitando a proliferação de algas.

O Jacinto-d’água (Eichhornia crassipes) além de sombra é uma verdadeira maternidade para os peixes que depositam os ovos no emaranhado das raízes.

A Lentilha-d’água (Lemna minor) por sua vez, dada a riqueza em proteínas e lípidos, é fonte de alimento para peixes e até para aves.

 

 

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Os Nenúfares (Nymphaea odorata) lançam as folhas para a superfície mal chegada a Primavera. Fácilmente ocupam toda a superfície disponivel e então, procurando um lugar ao sol, erguem-se com elegância acima da superfície da água.

Mais tarde aparecem as flores de subtil cheiro.

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O Malmequer-dos-brejos (Caltha palustris) esbate as margens do depósito de água que agora é o lago.

O lago é habitado por Peixes-vermelhos (Carassius auratus). Outros habitantes vieram ocupar o seu nicho. Note-se a presença de uma Rã-verde (Rana perezi) á beira do lago. Ao ruído da água acresce, no Verão, a do coaxar dos machos.

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Carassius auratus

terça-feira, 6 de março de 2012

Um Hotel para Insectos

A ideia surgiu-me a partir da consulta de sites ingleses.  Em Inglaterra jardins públicos e privados que se prezem, não dispensam um Bug Hotel. As escolas e os jardins realizam concursos para ver quem apresenta a melhor construção. Até arquitectos concorrem!
Ver  http://www.environmentalgraffiti.com/architecture/news-londons-insect-hotels
         http://www.ettestudios.com/2010/06/help-bees-give-them-home.html
Não me parece que os futuros hóspedes do Hotel se incomodem com a aparência mas sim com o conforto portanto, mesmo não sendo arquitecto, decidi meter mãos à obra. Restos de paus, gravetos, palhinhas de chupar sumos, troncos, madeiras, tubos plásticos, canas, canetas de feltro, tijolos,pedras, ... tudo serve. É só empilhar com o cuidado necessário para que a estrutura fique sólida e não desmorone.
A ideia é contribuir para que os insectos úteis ao Homem encontrem onde passar o tempo de invernia e lá depositem os seus ovos e se reproduzam.
Polinizadores como Abelhas, Abelhões, Abelhas solitárias, Sirfídeos, Borboletas; Predadores de pragas como  Joaninhas, Vespas, Crisopídeos; Insectos em declínio e risco de extinção, a todos se destina esta estrutura.
João Dinarés-iPod Touch 4GJoão Dinarés-iPod Touch 4G
Um Hotel para Insectos está permanentemente em construção e remodelação. Nada é definitivo. Só temos de obedecer a um critério: deve estar pronto para habitar desde o  inicio do Outono até à Primavera seguinte.
Nas fotografias estão os meus hoteis: Na segunda foto está uma barrica velha (muito bem camuflada) que tem servido a Abelhas  (Appis mellifera) silvestres.
Na primeira foto está uma construção, de vários andares, em “apartamentos”. Tijolos de furações diversas constituem o esqueleto.


João Dinarés-iPod Touch 4G
 < Pormenor do Hotel
As “traseiras” do Hotel são formadas por troncos e ramos velhos empilhados destinados a coleópteros como a Vaca-loura (Lucanus cervus) que está em franco declínio e provávelmente em risco de extinção. É o maior besouro da Europa e é triste se desaparecer.
Se querem ver um abrigo para Lucanídeos vão dar um passeio até ao Parque do Palácio da Pena em Sintra.
Ño meu jardim aparecem ocasionalmente alguns indivíduos, sobretudo fêmeas. Não tenho nenhuma fotografia tirada por mim mas no Google Imagens, Flickr ou Picasa não faltam.
João Dinarés-Sony DSC-H7Também um recipiente com lama está permanentemente à disposição de Abelhas solitárias (mas algumas aves também o utilizam colhendo material para os ninhos).
Não utilizando insecticidas nem outros “cidas”, providenciando algum abrigo, sou depois recompensado pelos insectos que me oferecem o seu trabalho.
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Nestas fotografias podem ver uma larva de Joaninha desocupando o “seu quarto” de hotel e, na seguinte, 2 Joaninhas (Coccinella quatuordecimpunctata) alimentando-se de pulgões (afídeos) numa laranjeira.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Aves do meu jardim

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< Carriça   Troglodytes troglodytes

Descarregada de  http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Zaunkoenig-photo.jpg

São várias as aves visitantes do jardim. Além do omnipresente Pardal-comum (Passer domesticus) aparecem o Verdilhão (Carduelis chloris), o Pintassilgo (Carduelis carduelis), a Carriça (Troglodytes troglodytes), o Melro (Turdus merula), a Toutinegra-de-barrete (Sylvia atricapilla), a Toutinegra-de-cabeça-preta (Sylvia melanocephala), o Rabiruivo-preto (Phoenicurus ochrurus), o Chapim-azul (Parus caeruleus), o Chapim-real (Parus major), o Chapim-rabilongo (Aegithalos caudatus), a Rola-turca (Streptopelia decaocto), o Estorninho-preto (Sturnus unicolor), o Chamariz (Serinus serinus) e, na época própria, o Rouxinol (Luscinia megarhynchos), a Felosa-comum (Phylloscopus collybita). Ocasionalmente aparecem Tordo-ruivo (Turdus iliacus), Pintarroxo (Carduelis cannabina), Tentilhão (Fringilla coelebs), Lugre (Carduelis spinus), Rouxinol-bravo (Cettia cetti), Toutinegra-das-figueiras (Sylvia borin), Pisco-de-peito-ruivo (Erithacus rubecula), Estorninho-malhado (Sturnus vulgaris). Provávelmente haverá outros que não consegui identificar.

Alguns fazem visita passageira ( como os Estorninhos, o Rouxinol-bravo, os Tordos), outros (a maioria) procuram alimento ou água, e outros ainda nidificam dentro dos limites do jardim (a Carriça, o Pardal, o Verdilhão, o Rabiruivo e mais raramente a Toutinegra).

Há poucos dias até apareceu uma Alvéola-branca (Motacilla alba) a passear pelo jardim.

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Aos interessados aconselho a visita ao site das Aves de Portugal onde encontrarão descrição pormenorizada, fotos e cantos destas e de muitas outras aves que ocorrem no nosso país:

http://www.avesdeportugal.info/index.htm

 

No jardim encontram alimento, água e ninhos.

 

< Um dos bebedouros dispersos pelo jardim (não se vê mas tem calhaus no fundo)

 

Os bebedouros são visitados todo o ano, sobretudo em tempo seco, e durante o Verão, de manhãzinha ou ao entardecer, é uma chapinhada alegre no banho.

DSC01535DSC01536Os comedouros são de vários tipos (de coluna, de tabuleiro...) e colocados desde o fim do Outono até à Primavera. Os comedouros são carregados com mistura de sementes (mistura para canário + mistura para periquitos + sementes de girassol + mistura para “oiseaux du ciel”). Nos ramos das árvores penduro maçãs maduras que são um grande sucesso junto das toutinegras e das carriças. Cascas de fruta são colocadas no chão, em local “invisivel” para humano, que depressa são colonizadas por drosofilídeos que por sua vez chamam as insectívoras (e não só).

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Dos ninhos alguns são naturais, isto é, são ninhos construidos pelas próprias aves e deitados abaixo (mas não destruídos) pelo vento ou durante podas e recolocados em locais julgados apropriados, entre arvoredo denso, em fúrculas dos ramos e a cerca de 3 metros do chão. Outros são caixas de madeira. Até já aproveitei um pequeno regador velho que lá está pendurado num Sabugueiro. Não se pense que é preciso ter caixas com abertura para aves pequenas, para aves médias... Para aves médias chega porque as pequenas formatam a abertura a gosto.

Desde há 1 semana, ou pouco mais, que as aves estão a procurar local no jardim para nidificar. Algumas construirão  ninho na espessura do arvoredo, outras espero que, uma vez mais, o façam nos ninhos que coloquei.

Talvez volte ao tema das aves que me visitam mais lá para diante.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

O Começo


Antecipando o aproximar da reforma construimos um local de retiro numa aldeia da zona oeste perto de Óbidos. Depois de reformados é lá que passamos uma boa parte do tempo.

Pretendemos simplesmente dar lugar a um repositório das nossas observações sobre a biodiversidade local. Não somos biólogos mas a curiosidade e os hábitos de estudo adquiridos durante anos levaram-nos a orientar os nossos interesses para a vida que nos rodeia e que ignorámos durante os anos em que residimos numa grande cidade.

Tudo começou com uma ave desconhecida que nos visitava diáriamente. Consultando um Guia de aves europeias lá identificámos a ave, sem grande dificuldade, como sendo um Rabiruivo-preto. Outras aves se seguiram, depois mamíferos, répteis, anfíbios, plantas... A criação dum jardim virado (embora não exclusivamente) para a biodiversidade e de uma horta foram compondo o ramalhete de interesses e actividades a que nos dedicamos.

Assim estava a casa


e o jardim

O jardim hoje ainda está em evolução


Recriado a partir dum simples esboço (que se adaptou à vegetação pré-existente que se conservou) foi sendo realizado passo-a-passo e integra estruturas concebidas para “agradar” à biodiversidade local: um monte de pedras, uma pilha de lenha, um pequeno lago, plantas próprias da zona, àrvores de fruto, uma pequena horta, comedouros e bebedouro para aves, caixa de compostagem, recolha de àgua da chuva, recusa de recurso a quimicos.

Com isto pretendeu-se atrair mamíferos, aves, répteis, anfibios, borboletas e outros insectos.
E é com satisfação que vemos que o propósito foi conseguido.